Certa vez, me peguei perguntando: "Por que eu me fiz gostar dele?"
Sim, parece estranho. Afinal, a gente não deveria “se fazer” gostar de alguém. Mas a verdade é que, às vezes, nossos sentimentos nos surpreendem, especialmente quando a pessoa em questão se encaixa direitinho naquele perfil que a gente costuma curtir. E foi o que aconteceu.
Ele é gentil, tem um jeito doce e atencioso. Cumprimenta, sorri, e sempre que me atende, parece que há um cuidado a mais no olhar, um leve brilho nos olhos. Será que ele me notou? Será que me vê como alguém especial? Ou estaria apenas sendo educado e profissional?
É nessa dúvida que me encontrei nos últimos tempos.
Tudo começou num atendimento comum, desses que a gente faz no dia a dia. Eu, cliente. Ele, funcionário. Mas tinha algo diferente. Um jeito de olhar. Uma simpatia que ia além do protocolo. E foi aí que minha mente começou a trabalhar — ou, quem sabe, o coração começou a imaginar...
Será que ele é hétero? Será que é bissexual? Será que tem alguém? Será que já notou algo em mim? Será que sou do tipo que ele gostaria de chamar de “meu”? Perguntas, perguntas e mais perguntas. Um verdadeiro emaranhado de sentimentos e incertezas.
E no meio disso tudo, há algo que me consola: saber que sou LGBTQIAPN+ com orgulho. Isso não me faz menor, me faz digno de ser amado e de amar com autenticidade. Não posso exigir que alguém sinta o mesmo que eu — mas posso, sim, sonhar com alguém que deseje caminhar ao meu lado.
A verdade é que o "Kauan" — nome fictício, "claro" — passou a ser meu atual “crush”. E mesmo que nada aconteça, mesmo que ele jamais saiba disso, o simples fato de sentir algo bom por alguém, de novo, já me lembra que estou vivo, que meu coração ainda pulsa, e que amar continua sendo uma das experiências mais intensas e bonitas da vida.
Se você aí do outro lado também já se apaixonou por alguém inacessível, ou por alguém que talvez nem perceba a sua existência, saiba: você não está só. Às vezes, amar em silêncio também é um ato de coragem.
Sigo minha vida, sigo meu caminho. Se for pra ser, será. E se não for… o mundo é vasto, e o amor sempre encontra novas formas de florescer.
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